O Beagle é hoje uma raça muito falada, mas mal conhecida. É comum ouvirmos comentários pejorativos a seu respeito, até mesmo por veterinários e cinófilos. É um erro caracterizarmos um comportamento degenerado como sendo o padrão da raça. Quem já teve a feliz oportunidade de conviver com um Beagle "normal", sabe que esta raça possui um temperamento extremamente estável. Sempre alegre (isto não significa agitado ou excitado), sempre de bem com a vida. Jamais ouvimos falar de um Beagle que tenha mordido uma criança. Para que chegue a isto, é preciso que seja levado aos limites de sua paciência. Existem poucas raças mais dependentes de crianças do que esta. Levados? Certamente que são. Mas este é o verdadeiro caráter de um Hound. E quem os queria de outra forma? Temos encontrado alguns cães com alterações de comportamento. As principais razões para isto são: 1- A desinformação dos novos proprietários, que na maioria das vezes, compram seus cães baseados somente no tamanho e facilidades nos cuidados gerais. Não tendo feito uma pesquisa prévia sobre o comportamento da raça e nem obtido informações sobre o canil de onde o filhote veio. 2- O aumento desordenado da raça criada por "pseudo-criadores ", em sua maioria hábeis nos negócios, mas incapazes de respeitar as condições físicas e psicológicas de um cão. 3- Uma vez que a personalidade de um cão é influenciada tanto pelo código genético quanto pelo meio ambiente, a responsabilidade pelo equilíbrio emocional de um Beagle, começa nas mãos do criador e continua nas mãos do novo dono. 4- A meta de um bom criador é manter um programa de criação honesto, de maneira que a preservação da qualidade de seus cães se reflita não somente nas pistas de exposição, mas principalmente, nas casa onde seus exemplares irão morar. É comum ouvirmos criadores fazendo verdadeiros discursos a respeito dos pedigrees de seus cães. Porém, se o único critério de criação for a conformação anatômica, estaremos criando verdadeiros delinqüentes caninos. É importante, portanto, que o leigo tome conhecimento de alguns fatores antes de comprar um filhote. É preciso que o cão tenha tido respeitado pelo criador, o período de sociabilização, que começa por volta da terceira semana e se estende até aproximadamente, os 2 a 3 meses de vida. Isto significa, que o filhote só deve ser entregue ao novo dono, com no mínimo 50 dias de vida. Nesta fase, Ter contato com outros cães, com pessoas diferentes, aprender a obedecer a uma hierarquia do grupo, são experiências que farão do filhote um Beagle equilibrado na vida adulta. Se o criador desmamar o Cãozinho cedo demais e tirá-lo do contato com os outros cães, estará criando um Beagle com pouca capacidade de manter contatos sociais normais. Se o filhote for mantido por longo período em contato com apenas uma única pessoa, isto o tornará uma cão arisco e, algumas vezes, agressivo. É obrigação de todo criador consciente, orientar o novo proprietário quanto a forma de educar o filhote. Assim como de desestimular a sua compra, ao perceber que esta raça não é a mais indicada para aquela determinada pessoa. Não é difícil ter um Beagle comportado e obediente, o difícil é encontrar pessoas que saibam educá-lo. Entre suas características mais admiráveis, a principal é que a raça certamente possui cérebro. O Beagle é vivo o suficiente para ser mais astuto do que qualquer pessoa apática o bastante para permiti-lo. Possui também, muita determinação e não se intimida com facilidade. O Beagle preserva o seu forte sentido de independência. Por causa de sua força de caráter, o Beagle necessita de um adestramento inteligente e de uma condução firme. Acabará assim, reconhecendo o seu dono como o líder e o respeitará, tornando-se seu amigo mais fiel. Não existem cães ruins- simplesmente maus proprietários. Padrão da Raça
PELAGEM - Pêlo curto, denso e resistente às intempéries. COR -todas as cores reconhecidas para os hounds, exceto a cor fígado. Ponta da cauda é branca CABEÇA - moderadamente longa, poderosa, sendo mais refinada na fêmea; a pele de sua testa não deve franzir nem apresentar rugas, o stop divide o comprimento da cabeça em duas metades praticamente iguais. CRÂNIO - em suave cúpula, de largura moderada, a crista occipital levemente marcada. STOP - bem definido. OLHOS - realtivamente grandes, inserção no plano da pele. bem separados, marrom avelã escuro, com expressão meiga e suplicante. ORELHAS - longas; de pontas arredondadas, quase alcançando a ponta do nariz, de inserção moderadamente baixa, textura fina e portadas caídas rente às faces. FOCINHO - não pontudo. TRUFA - larga, preferivelmente preta, a pigmentaçãomais clara é admitida nos cães mais claros. Narinas bem abertas. LÁBIOS - são razoavelmente bem descidos. MORDEDURA - em tesoura, com dentadura forte e perfeita. TRONCO - linha superior reta e nivelada. Dorso e lombo um conjunto bem blanceado. PESCOÇO - suficientemente longo, que o cão o possa farejar a pista com facilidade, ligeiramente arqueado, admitindo-se sutil barbela. DORSO - nivelado e firme LOMBO - curto e forte, com elasticidade. COSTELAS - bem arqueda«adas e bem angulares para trás. PEITO - descido abaixo do cotovelo VENTRE - moderadamente esgalgado. MEMBROS OMBROS - bem oblíquos, sem serem carregados. ANTERIORES - retos e aprumados, bem ajustados no corpo. Substanciosos e ossatura de seção redonda, sem afinar em direção aos pés. Metacarpos curtos. Cotovelos firmes e paralelos, aproximadamente, na metade da altura na cernelha. POSTERIOS - coxas bem nusculosas. Joelhos bem angulados. Jarretes firmes, curtos e paralelos. PATAS - compactas e firmes, bem arqueadas e com almofadas duras e unhas curtas. CAUDA - espessa, de comprimento moderado, firme; não deve oscilar. Passadas livres com longo alcance, retas, com propulsão nos posteriores. MOVIMENTAÇÃO - o dorso permanece nivelado, firme; não deve oscilar. Passadas livres com longo alcance, retas, com propulsão nos posteriores. Médica veterinária e proprietária do Canil Sema-Piracanjuba, especializado na raça Beagle há mais de vinte anos http://www.semabeagles.com.br marilia@usway.com |
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